Minha adorável criatura,
Eis que há pouco completei as trinta e três voltas ao redor do Sol e sinto-me cá como se estivesse para fazer os noventa anos. Não foi uma jornada perfeita, longe imenso disso. Quando olho para trás, vejo também um rastro de decepções, promessas quebradas, lágrimas, palavras hostis, abandonos, mentiras e não só. Mas de aí você me apareceu, como uma nova chance, uma luz, uma vela — um norte. Minha oportunidade de, finalmente, fazer o certo, sem lembranças aterradoras, já com o meu coração calejado, maduro, depois de chumbar em incontáveis disciplinas na chamada escola da vida. A primeira vez em que nos encontramos percebi o tanto que você é bela e graciosa e você não usava um pingo de maquiagem. Conversamos durante um par de horas, você a falar sobre os números, sobre as estatísticas, os enormes olhos castanhos que brilhavam a cada equação. Logo me vi completamente apaixonado pelo seu computador orgânico (i.e.: cérebro). Você me entusiasma, você colore as paredes brancas e enfadonhas da minha existência retrátil. Você tem o melhor cheiro do mundo, você se veste muito bem, você me faz rir, você é muito paciente comigo. Você é linda. Você é perspicaz. Vamos envelhecer juntos, ser vovô e vovó — de mãos dadas.
Hoje eu só precisava de lhe dizer essas coisas.
— P. R. Cunha
E quero gritar pro mundo inteiro que você é tudo pra mim!
J.
BONITO.
Qué lindo!
Romântico! 😊
Cá o coração — curiosamente — ainda está a bater.