16 de abril / 5 e 29 da tarde. A minha mãe foi fazer pé-&-mão e disse, ou melhor, garantiu-me que não iria demorar-se, e que tão logo voltasse iríamos àquele restaurante chino ao qual costumávamos ir quando o meu pai ainda era vivo — ocasião culinária em memória de papá, portanto. Passaram-se bem cinco horas, ou seja, o relógio da sala marcava 22:15 (relógio digital), e a minha mamã ainda não voltara do pé-&-mão.
Tic. Longa espera. Tac.
16 de abril / 11 e 43 da noite. Chegou mamã. Não fomos ao chino. Estava eu debruçado sobre certa revista lisboeta do início do século vinte e deparei-me com a publicité da Luminotécnica Portuguesa:
A ILUMINAÇÃO ELÉCTRICA
é uma ciência e uma arte,
tal como a arquitectura.
Peçam projectos gratuitos
à
COMISSÃO LUMINOTÉCNICA
PORTUGUESA
Melhor luz, melhor vista. Dizia ainda a publicidade que a Luminotécnica tinha sede na Praça dos Restauradores, 53, 1.º, Lisboa. Entre aquelas páginas que o tempo não tardou de alaranjar havia um pedaço de papel em que meu pai lastimava-se: não sei onde foram parar os outros números deste boletim cultural, perderam-se para sempre; uma pena, porque leitura agradável. Mas, ao contrário do que papá supunha, os n.ºs 2, 4, 5, 18 existem, encontrando-se na biblioteca que pertencera a meu avó e que hoje está sob os meus cuidados.
(Com efeito, no número quatro da supracitada revista achei cartas que meu bisavô português [Alíbio] enviara à minha bisavó niteroiense [Thereza], correspondência repleta de trechos de uma branda saudade como: «Escrevo-te do exílio definitivo e irrevogável» / «Quando um português é amado por uma bela brasileira, safa-se sempre de apuros neste mundo».)
17 de abril / 1 e 9 da tarde. Sem pretenção de ineditismo, antes pedindo vénia e prestando homenagem ao papá, compilei esses meus achados — completando-os ainda com algumas breves observações — e ao pequeno-almoço avisei mamã que dali a alguns dias (depois do lançamento literário) partiria para o Rio de Janeiro a fim de escrever um novo relato sobre o meu falecido progenitor.
» Lembrete
Leitores, quereis praticar uma obra meritória firmada nas sublimes doutrinas da Divina Literatura, agradável a Montaigne, às mulheres, aos homens, e ao vosso coração?… Ide hoje, a partir das 18h, ao Ernesto Cafés Especiais (115 Sul). Aí se oferece ao vosso gosto um rendez-vous dos mais escolhidos, e com o qual podereis esquecer-vos por algumas horas das torturas desta vida de malquerenças. A saber: lançamento do livro Quando termina, dos escritores P. R. Cunha e Paulo Paniago. Obra a custar 40 (quarenta) réis.
— P. R. Cunha
Venham fazer um lançamento aqui em POA também! Sugiro o Vive le Café (www.vivelecafe.com.br) ou o Agridoce Café (www.facebook.com/cafeagridoce). são os meus favoritos! Boa sorte de qualquer forma, PR. Bjs!
🙂
Manuela, acessei os sítios dos respectivos estabelecimentos e me pareceram muitíssimo agradáveis — o Agridoce Café, principalmente, com os relógios, as chávenas penduradas, e estilo de outros tempos. Quem sabe, não é mesmo?
Abraços e obrigado pela gentileza da praxe.
Por nada, PR!! Eu que agradeço pelos texto maravilhosos que tu colocas aqui no site. Reforço, se precisares de ajuda para lançar aqui em POA, conta comigo. bom fim de semana para ti. 😉
😄 Sim, safam-se sempre, ou quase. 😂😂
Miau,
As lindas donzelas brasileiras das antigas tinham por hábito enlouquecer o coração dos cavalheiros de além-mar. Minha família que o diga…
Divirta-se em Hong Kong.
As brasileiras são sirenas disfarçadas, pois sim.
Louros no lançamento!
❤
Minha adorável Nausika,
De certeza que vi uma dessas sirenas a cantarolar no lançamento literário de ontem. Ou engano-me completamente?
Sin duda, el hallazgo de esas cartas tuvo que ser como encontrar un tesoro. ¡Qué lindo homenaje a tu padre, Paulo!. Me encanta.
¡Cris!,
Si, fue como encontrar un tesoro preciosísimo. Ahora, voy a Río de Janeiro en busca de nuevas perlas. Siempre con mi papa en el pensamiento, en el corazón y en las palabras,
Gracias, siempre, mi amiga.
(P. S.: de aquí a poco voy a escribir sobre el lanzamiento y publicaré fotografías.)
Te iba a preguntar qué tal fue… Seguro que genial… 🙂
Para ti, Cris: https://wp.me/p9DrV9-au
Genial… Ahora sólo esperar a que sea un éxito de ventas en Brasil y por fin cruce el océano.
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2018/04/19/interna_diversao_arte,674853/lancamento-de-livro-em-brasilia-paulo-paniago.shtml
🙂
P.S. Creo que no me publica los comentarios 😦
¿Tienes mis mensajes en Spam? No los publica en el post 😦
¡Cris!
Lo que pasa es que siempre cuando hay un link*, el robot de WordPress cree que el mensaje es spam. Pero ahora todo está arreglado.
*Incluso si el enlace es de un artículo sobre el autor del blog. Jaja! (;
🙂 Gracias por la aclaración